segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Diabetes: o Mal do Século.

Com mais de 246 milhões de pessoas no mundo afetadas pela doença o diabetes desbanca a depressão e é considerado o mal do século. 


São 5:45. O celular desperta. É hora de tomar o comprimido que controla o diabetes. Logo depois, volta a dormir até 6:30, quando acorda para tomar 40 unidades de insulina Lantus e 4 unidades de insulina Regular, para que desta forma consiga tomar seu café da manhã sem alterações em sua glicemia (taxa de açúcar no sangue).
É assim que começa o dia de Fátima de Lima, 44, professora, que leciona das 7 da manhã até às 8 e meia da noite, com intervalos pequenos no dia, que servem para resolver seus pequenos problemas cotidianos e também são destinados para outras aplicações de insulina.
Esta é a realidade de centenas de milhares de pessoas que vivem a angústia da fuga dos doces e o controle momentâneo de sua glicemia, que se dá através do exame feito em casa mesmo, pelo Glicozínito, aparelho que mede em segundos, através de picadas no dedo, o nível do diabetes.
Fátima afirma que vive com as pontas dos dedos furadas, devido ao exame, que chega a realizar mais de 6 vezes ao dia. “Às vezes acho que estou presa, ou melhor, acorrentada a uma vida de remédios, limitações e autocontrole” afirma Fátima.


O diabetes em Frutal
Frutal possui hoje cerca de 1.100 diabéticos cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a Coordenadora de Saúde da Cidade, Nice Helena Franco Botelho, o número é considerado normal, pois está dentro do padrão esperado. Entretanto, o que preocupa Nice é a existência de pessoas com a doença sem ter sido diagnosticada, já que os sintomas são pouco conhecidos, o que agrava a situação da doença.
Mas os frutalenses podem ficar tranqüilos, porque, de acordo com a Coordenadora, a cidade é suficientemente preparada para cuidar e auxiliar os diabéticos de tipo 1 e 2, com consultas gratuitas, remédios, seringas e insulinas. Realidade diferente de várias outras cidades, que não dão este auxílio aos doentes, e que neste caso são obrigados a entrar com ações na justiça, para que possam garantir seus medicamentos, que normalmente, costumam ter preços não muito acessíveis para a maioria da população.
Cléria Paulino, que é referencia técnica do Hiperdia no município, afirma que o governo disponibiliza 30 centavos por habitante  para o tratamento de diabetes, o que gera aproximadamente R$ 16.000 por ano à cidade. Quantia que não é suficiente nem para comprar as seringas utilizadas na aplicação da insulina. A Prefeitura então lança uma contrapartida, arcando desta forma com o resto do valor necessário para manter a qualidade no atendimento e na manutenção do bem estar dos diabéticos.


Complicações
Especialistas afirmam que é preciso ter muito cuidado com os desfechos aos quais o diabetes podem levar. Cegueira, amputações, doenças cardíacas, são as complicações mais freqüentes entre as pessoas que não conseguem controlar a doença.
O dia 14 de novembro é o Dia Mundial de Controle do Diabetes, data na qual associações de diabéticos e profissionais de saúde promovem diversas atividades para divulgar as causas, os sintomas, suas complicações e o tratamento. Enquanto a ciência luta para desvendar os mistérios dessa doença, os diabéticos vão tentando se adequar aos novos hábitos de vida.

“Há mais de 10 anos que sou diabética, mas afirmo que ainda não consegui me afastar dos doces. A resistência é muito mais psicológica do que física, e para mim a proibição passa a ser mais tentadora” lamenta a professora.


O inimigo invisível
Os sintomas da diabete são: perda de peso, muita fome, sede, cansaço, urina em excesso e feridas com dificuldades de cicatrização. Estes são a maioria dos sintomas que parecem claros, mais que incrivelmente são de difícil percepção. As pessoas em um passado recente suspeitavam de diversas doenças, às vezes passavam muito tempo procurando a causa desses distúrbios, até constatarem o diabetes. Atualmente esta “constatação” tornou – se mais rápida pelos médicos, mas as pessoas ainda levam tempo para procurar o especialista e acreditar que são diabéticos.


Luz no fim do Túnel
Grandes estudos são realizados buscando a cura do Diabetes. O transplante de pâncreas é o mais conhecido, e vem ganhando destaque pelos seus crescente resultados eficientes. O uso de células tronco também é uma opção, já que a células estão sendo utilizadas para refazer o sistema imunológico para que os pacientes voltem a produzir insulina. Esta técnica no Brasil ainda esta em desenvolvimento e passa por aperfeiçoamento.
Transplante de ilhota e pâncreas artificial são outras possibilidades de cura que também estão sendo testadas. Mas, por enquanto, o que existe são só muitos estudos e uma enorme vontade de se encontrar a cura. A expectativa dos pesquisadores e dos que sofrem com a angustia de “se livrarem ‘’ da doença é que a solução desse problema chegue em um futuro próximo. Em um futuro com certeza mais doce e feliz.




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